Eu resolvi compartilhar essa experiência com vocês
para demonstrar que cada criança tem seu tempo de aprender,
e no seu tempo, suas habilidades,
sejam elas de ordem cognitiva ou psicomotora,
vão aflorar...
O João Vitor desde cedo demonstrou certas dificuldades
de coordenação motora fina,
como o uso de tesoura,
a escrita usando lápis ou caneta,
que de certa forma me preocupava...
E isso me deixava aflita por uma questão muito simples:
são atividades da vida diária
e que, em algum momento,
ele vai se deparar...
E ontem aconteceu algo me deixou muito feliz...
Uma porque foi o PRIMEIRO PROJETO
que ele fez sozinho:
planejou e executou,
sem minha interferência...
E segundo porque ele demonstrou
uma habilidade que eu não imaginava
que ele desenvolveu...
Mas vamos aos fatos:
Ontem, ele chegou para mim e pediu"naranja".
Como ele apontou para o armário em que guardo as tintas guaches,
deduzi que ele estava pedindo a tinta de cor laranja.
Peguei e entreguei-o a tinta e um pincel.
Ele então me pediu "papel"
e entreguei-o um papel amarelo - cor preferida dele.
E ele desenhou um número oito
no papel.
Até aqui tudo bem,
afinal ele está aprendendo a escrever
e para mim não era novidade alguma...
Foi quando ele me pediu tesoura, o que me deixou surpresa,
porque até pouco tempo atrás,
ele não queri nem saber que isso existia... rsrsrs
Ele até aceitava participar das atividades com tesoura,
(veja o post Mosaico de papel)
mas nunca demonstrou interesse -
- na minha concepção -
em querer cortar nada...
E para trabalhar essa dificuldade,
cheguei a comprar uma tesoura ergonomica
(veja o post Tesoura Ergonomica)
Mas como ele pediu,
eu entreguei-lhe uma tesoura escolar
e ele recortou, pacientemente
ao redor do número,
p que me deixou imensamente feliz,
por ve-lo transpondo mais uma dificuldade.
Até aí eu já estava de queixo caído...
E ele então me pediu "cola"...
Mais uma vez o coração disparou
eu pensando comigo:
onde ele vai querer colar o papel...
Ele passou cola
procurou sua motinho,
colou no assento e disse: "pontinho" (protinho)
Aí foi que entendi
que ele queria era fazer uma placa
para o motinho dele...
Muitas vezes, tem pais que me procuram dizendo:
"meu filho não sabe,
meu filho não faz"
E as vezes é questão de tempo para
que aquela habilidade seja
demonstrada...
A gente sofre por antecipação,
a gente sofre por comparar crianças,
sejam elas autistas ou não...
Preocupar-se com seus filhos
é ofício dos pais...
Mas não permita que essa preocupação
seja a neblina que encobre
a tua percepção do potencial
do teu filho...
Falo isso por experiência própria:
Crie sim oportunidades
para que ele se desenvolva,
mas não se cobre se essa habilidade
ainda não aflorou
e nem o compare com outros..
Ele tem seu tempo para se desenvolver...
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